domingo, outubro 15, 2006

Paul Hunter

Estou triste!
Mesmo triste e nem é nada comigo nem com os meus. Soube há pouco que faleceu Paul Hunter.
Quem? Paul Hunter!
Eu explico: uma das grandes paixões da minha vida é o bilhar ou o snooker, como preferirem. Antes dos pequenos nascerem ainda pratiquei a nível federado snooker ibérico, nunca passando de um nível mais que modesto. Depois deles nascerem, por falta de tempo de treino e de disponibilidade, abandonei. Actualmente compenso a falta de prática com o visionamento da época de snooker inglês na Eurosport (graças a Deus a Sportv não se interessa por isto). Quando há um torneio apelo à imensa paciência da minha mulher e confisco a Tv por umas horas para assistir aos jogos. Um dos meus favoritos (porque ver um jogo sem se torcer por alguém não tem piada nenhuma) era Paul Hunter, juntamente com Stephen Hendry e Ronnie O'Sullivan. Paul conseguiu chegar a nº4 do ranking mundial, altura em que lhe foi diagnosticado um raríssimo cancro neuroendócrino. Ao longo desta época de 2005/06 fui assistindo ao decair tanto a nível físico como de jogo de um jogador brilhante. Essencialmente por manifesta falta de tempo de treino, dado que todos estes jogadores (totalmente profissionais) treinam, em média, 8 horas por dia e Paul não o podia fazer devido aos tratamentos. No entanto nem por uma vez ao longo da época o vi com uma imagem rancorosa quando perdia. Nunca! Manteve sempre a sua graciosidade, o sorriso. Um verdadeiro gentleman.
Era rico, famoso, adorado por todos. Tinha 27 anos de idade. Porque é que este post aparece em "Estórias de Pai"? Porque o rapaz tinha uma filha, Evie Rose, nascida a 26 de Dezembro do ano passado. É uma menina que vai ter toda uma vida sem um pai. E se antes estas coisas me passavam completamente ao lado, hoje em dia emocionam-me de uma maneira muito intensa e deixam-me profundamente triste.
Por todo o Amor que tento dar aos meus filhos e que aquela menina nunca irá ter da parte do pai dela...fico...fico...epá, nem sei.

Obrigado, Paul Hunter, por todas as horas de magnífico snooker que me proporcionaste.

So long, Champion.

7 Comments:

Blogger Rita said...

eu n conhecia mas com 27anos??? tão novo... e a menina dele?

Meu Deus!!!

16/10/06 11:36  
Blogger Vanessa said...

É sempre lamentável ver uma criança crescer sem pai. Tanto pior quando não ficam com nenhuma recordação... Porque tão novinha, não se vai lembrar das brincadeiras do pai. É triste, ainda mais quando se trata de uma doença em que não existe nada a fazer...
Fica bem e agradece todos os dias o facto de poderes estar ao lado dos teus pequenos. É o que faço desde que o Gui nasceu.
Tudo de bom!

16/10/06 11:40  
Blogger Wazzub said...

A minha emoção é igualmente solidária com a tua no que toca a estes assuntos...Pelo puro e simples facto de também fazer parte hoje em dia do "clube dos pais" (babado também, pela parte que me toca...hehe). Antes do nascimento da minha "princesa" evidentemente que, como ser humano dito normal que sou, não ficava indiferente a situações destas...Também por ter ficado sem pai há bem pouco tempo (1 ano) e pela dor de pensar que a minha filha vai crescer sem aquele que me fez crescer e tanto me ensinou e paralelamente, que aquele que tanto me ensinou e fez crescer não vai estar para ver crescer a "continuação" dele, sinto um enorme vazio cá dentro. E claro que, deparar-me com histórias destas e pensar que por circuntâncias da vida podia privar a minha princesa de crescer sem mim ou de não vê-la crescer fico petrificado com a ideia. Como diz a típica frase feita (que precisamente ouvia do meu pai) "Quando estiveres deste lado (i.e. quando fores pai) vais perceber tudo". E raios partam, não é que tinha razão?

16/10/06 11:52  
Anonymous Anónimo said...

A vida é injusta, não é?!

Boa semana
Bjs

16/10/06 18:16  
Anonymous Anónimo said...

Tb fiquei chocada com noticia..
tem dado muito sobre ele na eurosport!! :(

16/10/06 23:59  
Blogger Unknown said...

Do Rest In Peace Mr. Hunter. Eu pessoalmente só vejo os trick-shot contests de vez em quando, pois estou mais apaixonado pelo AXN.

No entanto não posos deixar de lamentar esta situação e desejar que aquela menina tenhatoda a força do mundo e que consiga ser feliz! :)

E V@sQuO: eu desde os 18 que me vou apercebendo que todas as coisas (ou quase) que os meus pais me diziam quando eu era petiz afinal são verdade... E ainda me falta ser pai, aí é que elas vão doer!!! Mas vou ser tããããoooo feliz....:=)

17/10/06 16:51  
Blogger Márcia said...

Até me arrepiei ao ler o que escreveste... a vida por vezes é demasiado cruel!

17/10/06 22:34  

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