sexta-feira, outubro 06, 2006

Pesadelos revividos

Já o afirmei várias vezes: sempre me imaginei pai de um rapaz.
Eu sei que actualmente esta ideia é um pouco parva, mas antes da Mariana nascer pensava frequentemente: "Mas como é que eu vou brincar com uma rapariga? Como é que as raparigas brincam?"

Hoje já ultrapassei esse trauma. As raparigas brincam. Como todas as crianças.
Acontece que não era só pelo brincar que eu tremia.

É que uma rapariga obriga-me a reviver dos maiores pesadelos que eu tive na minha juventude.
Já antes falei do horror atroz por que passo quando ela me pede para fazer desenhos mais complicados que uma bola com riscas.

Pois... só que agora sou obrigado a reviver não só os pesadelos das aulas de Educação Visual, mas também (horror dos horrores) das de Trabalhos Manuais.
Anos e anos de consciente enterrar de momentos humilhantes vividos nessas aulas são agora trazidos à tona de forma demasiado frequente.
Quando?
Quando é necessário arranjar-lhe o cabelo.
Ele é ganchinhos, ele é puxinhos, pente, franjas,.... MEEEEEDOOOO!

Eu tenho uma destreza com os dedos que não é propriamente brilhante.

E fazer os puxos, colocar ganchos, faz-me sempre ficar com a sensação de que tenho dedos a mais, tal a tendência que eles têm para ficar enrodilhados uns nos outros.

E aquilo de de pentear a moça de fácil não tem nada, não senhor.

Senão vejamos:

- primeiro é preciso soltar os nós do cabelo com a escova. Claro que isto é feito com um ser mais escorregadio que cobra num balde de manteiga sempre a querer fugir;
- depois é necessário dividir o cabelo de maneira a que a cabeça fique o mais possível simétrica (com o risco ao meio). Aqui começa uma saga. Parece que tem sempre mais cabelo de um lado que do outro;
- depois é preciso colocar os puxos à mesma altura, de maneira a que não pareçam pertencer a hemisférios diferentes do globo terrestre.
É um trabalho que me põe a suar em bica ao fim de dois minutos.
Eu acho que uma pessoa que consiga executar isto sem dificuldades quase que pode ir pedir admissão livre à Ordem dos Engenheiros.

A coisa para ficar bem feita quase que obriga à elaboração do Plano de Pormenor do Cabelo.

A cereja no topo do bolo acontece quando após este trabalho todo a miúda decide, muito lentamente, começar a tirar os ganchos e os puxos, só para me dar o "prazer" de começar tudo de novo.
Graças a Deus, a mãe dela tem (muito) mais jeito do que eu.

7 Comments:

Blogger Ana Santos said...

Estás com sorte a tua menina não ter dotes de cabeleireira. As minhas 3 sobrinhas enchiam-me a cabeça com prisões e tótós. 3 ao mesmo tempo a fazerem-me penteados, imagina só.
Quando a minha afilhada era pequena eu adorava fazer-lhe tranças francesas.
Beijinhos
Ana e seus tesourinhos

7/10/06 04:15  
Blogger ddm said...

LOLOL!
O pai cá de casa também foge sempre que chega a hora de pentear. É que no nosso caso para além das dificuldades dos penteados, a C. detesta ser penteada e o choro é quase sempre certo.

7/10/06 10:58  
Blogger Páginas escondidas said...

:)))
Pois... já era altura de enterrar esses medos!!! :)
Toca a fazer uns pentados giros a filhota :)

7/10/06 11:22  
Blogger * Nursinha * said...

LOLOL e tirares um curso de cabeleireiro? É que ela ainda é pequenina e tens muito que pentear =P *

7/10/06 13:08  
Blogger Ana Santos said...

Prisões do cabelo é semelhante aos ganchos do cabelo.
jinhos
ana e seus tesourinhos

7/10/06 20:42  
Blogger Unknown said...

ehehehe... Tou mesmo aimaginar o ar de "agora tiro isto e se quiseres voltas a pôr que te lixas!"... ehehe

8/10/06 17:24  
Blogger Unknown said...

sou mulher, e sempre detestei essas tretas de ganchos e totós, e tranças... exactamente pelo mesmo motivo... quase que é preciso um curso... felizmente nasceu um José Pedro...

bjs

isa

9/10/06 17:12  

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