Vidas reais
Aqui há dias senti-me um verdadeiro Artur Albarran nos seus melhores momentos...
Quando fui buscar a pequena à pré eis que ela me surge com passos pequeninos e olhos virados para o chão. Estranhando, olhei para a auxiliar que me sussurrou que ela tinha tido uma cara feia ao almoço (é um jogo em que conforme o comportamento deles à mesa ganham umas caras que colocam num cartaz. Umas alegres, outras tristes, outras assim assim). As primeiras palavras dela para mim foram:
- Mas eu comi a sopa tão bem, tão bem, tão bem...
Assim com a voz a sumir-se no final! E então: o drama, o horror, a injustiça, o espírito Albarran a encarnar em mim...
- Então se comeste a sopa porque é que levaste uma cara feia?
- Porque me levantei da mesa.
- Ah, levant..
- Mas foi só um bocadinho. E eu comi a sopa toda - interrompeu-me ela.
Na subtil conversa com a auxiliar ela lá me explicou que ela até nem merecia a cara feia, mas como os outros também disseram que ela se tinha levantado... teve que ser.
Mas foi um problema: foi a primeira vez desde que entrou para a pré que teve uma cara feia e durante todo o fim de semana disse-o a quem encontrava, à procura de compreensão.
Ontem quando fui buscar a primeira coisa que me disse, com um grande sorriso foi:
- Hoje ganhei uma cara linda, papá!
É tão bonito o mundo simples das crianças!
Quando fui buscar a pequena à pré eis que ela me surge com passos pequeninos e olhos virados para o chão. Estranhando, olhei para a auxiliar que me sussurrou que ela tinha tido uma cara feia ao almoço (é um jogo em que conforme o comportamento deles à mesa ganham umas caras que colocam num cartaz. Umas alegres, outras tristes, outras assim assim). As primeiras palavras dela para mim foram:
- Mas eu comi a sopa tão bem, tão bem, tão bem...
Assim com a voz a sumir-se no final! E então: o drama, o horror, a injustiça, o espírito Albarran a encarnar em mim...
- Então se comeste a sopa porque é que levaste uma cara feia?
- Porque me levantei da mesa.
- Ah, levant..
- Mas foi só um bocadinho. E eu comi a sopa toda - interrompeu-me ela.
Na subtil conversa com a auxiliar ela lá me explicou que ela até nem merecia a cara feia, mas como os outros também disseram que ela se tinha levantado... teve que ser.
Mas foi um problema: foi a primeira vez desde que entrou para a pré que teve uma cara feia e durante todo o fim de semana disse-o a quem encontrava, à procura de compreensão.
Ontem quando fui buscar a primeira coisa que me disse, com um grande sorriso foi:
- Hoje ganhei uma cara linda, papá!
É tão bonito o mundo simples das crianças!