Já eras
Por um destes dias ocorreu mais uma daquelas histórias que se constituem como um marco na vida de um homem. Histórias que parecem pequenos nadas mas que bem vistas as coisas querem dizer muito...
Os pequenos tinham ficado com os meus pais. Algumas horas depois telefonei (como é suposto fazer qualquer pai) para saber como é que eles estavam. E, claro, a resposta foi a habitual: "Estão bem, então porque é que não haveriam de estar, etc., etc." Isto foi o que eu ouvi.
O que eu não ouvi (mas a minha mãe me contou depois) foi o seguinte:
- Quem era vovó?
- Era o teu pai. É mesmo um pai-galinha!
E foi aí que a pequena se abespinhou, franziu as sobrancelhas e disse com cara de má, pronta a fulminar quem a contrariasse:
- Não é pai-galinha, é pai!
E pronto é isto! Quando têm que ser os filhos a defender-nos diante de terceiros na nossa ausência, ficamos com a certeza que já passámos o momento mais alto das nossas vidas e que daqui em diante isto é sempre a descer.
Será que o Sr. Eng. José Sócrates é sensível a este argumento para me dar a reforma antecipada por inteiro?