Anda um tipo a esforçar-se para isto...
No final do ano lectivo passado a Educadora de Infância alertou-me para o facto da pequena se ter queixado que não via, após ter estado um bom pedaço de tempo a pintar.
Quando chegou a altura da consulta no pediatra falei no assunto. Ele lá fez o teste e disse que era melhor ser observada por um oftalmologista, porque lhe parecia haver uma assimetria...
Marcámos então a consulta no oftalmologista. Evidentemente que tive que fazer uma preparação prévia à cachopa: dizer-lhe que não era preciso tirar a roupa, nem iam mexer nos ouvidos, nem mexer na boca, etc. Até houve a felicidade da mãe se despachar e vir ter connosco.
A consulta começou e decorreu até bastante bem, no início. Chegou depois a altura em que ela teve que fazer o teste da Escala de "E´s", que consiste em dizer para que lado está voltada a parte aberta da letra E, se para cima, para baixo ou para os lados. Ela de início safou-se bem, mas quando as letras começaram a ficar mais pequenas começou a ter alguma dificuldade e ficou aflita: insegura, quase começou a chorar. Típico dela... Se não consegue fazer algo bem, fica insegura e atrapalhada.
O médico passou depois à examinação directa dos olhos. E depois disto é que a coisa começou a correr mal...
Primeiro perguntou-me se ela era filha única. Respondi que não, evidentemente. E logo começaram a chegar os "diagnósticos":
- Pois, olhe que isto parece-me ser uma maneira dela chamar a atenção. Vocês devem estar a dar muita atenção ao mais novo e ela ressente-se e reage desta forma.
- Mas olhe que ela nunca se queixou de ver mal. Foi a educadora que alertou e na pré o irmão não está...
- Pois, mas anatomicamente não há razão para ela não ver aquelas letras mais pequenas. O olho tem um erro muito pequeno, que não justifica que não veja. E não é nada normal uma miúda de 4 anos reagir assim, quase a chorar, por não conseguir responder a uma pergunta. Não é normal!
Eu por esta altura já estava a contar até 10...:
- Olhe que ela até é muito tranquila, as informações da pré são óptimas e ela nem é de fazer grandes birras...
- Pois, mas não é normal uma criança de 4 anos reagir assim! De qualquer forma ainda preciso de fazer um teste. Coloquem-lhe estas gotas e voltem cá daqui a uma hora.
Passado uma hora voltámos e ele reafirmou que o olho tinha um erro muito pequeno que não justificava que ela não visse as letras.
No final virou-se para a minha mulher e disse que ia receitar-lhe uns óculos e que queria que ela viesse à consulta com ela daí a 6 meses e não queria que eu fosse. Como?!?!?!?!
- Ah e tal que isto e manha dela e é devido ao facto de você ser superprotector!
Como?!?!?!?!?!?
Bem, foi daquelas alturas em que me arrependi da boa educação que os meus pais me deram! Então aquele "sr. dr." tinha, no espaço de uma hora, dado duas "sentenças" diametralmente opostas: antes era falta de atenção por causa do irmão e depois já era sobreprotecção?!?!?!?!
Afinal em que ficamos? Pensava eu que ia a uma consulta de oftalmologia e sai-me um "psicólogo (des)encartado" a mandar bitaites.
Desconfio que devia estar a largar fumo... O que me valeu foi a minha esposa a dar-me apoio e a chamar-me à razão.
Quando abordei a questão com a educadora (até para lhe mostrar que levamos em consideração os alertas dela), ela só se riu do homem... e pediu-me por tudo para não lhe ligar nenhuma.
No fim de contas lá fomos comprar uns óculos. Surpreendentemente fácil, a compra. Quando entrámos na loja só lhe disse:
- Escolhes os que quiseres, uns que gostes.
- Cor de rosa!
- Ah, nem imaginava...
O vendedor ao ouvir isto disse logo que sabia que tipo ia trazer. Trouxe 4 diferentes, todos da Barbie. Ela viu, pegou num par e disse:
- São estes!
Oxalá fosse toda a gente tão simples!
Marcámos então a consulta no oftalmologista. Evidentemente que tive que fazer uma preparação prévia à cachopa: dizer-lhe que não era preciso tirar a roupa, nem iam mexer nos ouvidos, nem mexer na boca, etc. Até houve a felicidade da mãe se despachar e vir ter connosco.
A consulta começou e decorreu até bastante bem, no início. Chegou depois a altura em que ela teve que fazer o teste da Escala de "E´s", que consiste em dizer para que lado está voltada a parte aberta da letra E, se para cima, para baixo ou para os lados. Ela de início safou-se bem, mas quando as letras começaram a ficar mais pequenas começou a ter alguma dificuldade e ficou aflita: insegura, quase começou a chorar. Típico dela... Se não consegue fazer algo bem, fica insegura e atrapalhada.
O médico passou depois à examinação directa dos olhos. E depois disto é que a coisa começou a correr mal...
Primeiro perguntou-me se ela era filha única. Respondi que não, evidentemente. E logo começaram a chegar os "diagnósticos":
- Pois, olhe que isto parece-me ser uma maneira dela chamar a atenção. Vocês devem estar a dar muita atenção ao mais novo e ela ressente-se e reage desta forma.
- Mas olhe que ela nunca se queixou de ver mal. Foi a educadora que alertou e na pré o irmão não está...
- Pois, mas anatomicamente não há razão para ela não ver aquelas letras mais pequenas. O olho tem um erro muito pequeno, que não justifica que não veja. E não é nada normal uma miúda de 4 anos reagir assim, quase a chorar, por não conseguir responder a uma pergunta. Não é normal!
Eu por esta altura já estava a contar até 10...:
- Olhe que ela até é muito tranquila, as informações da pré são óptimas e ela nem é de fazer grandes birras...
- Pois, mas não é normal uma criança de 4 anos reagir assim! De qualquer forma ainda preciso de fazer um teste. Coloquem-lhe estas gotas e voltem cá daqui a uma hora.
Passado uma hora voltámos e ele reafirmou que o olho tinha um erro muito pequeno que não justificava que ela não visse as letras.
No final virou-se para a minha mulher e disse que ia receitar-lhe uns óculos e que queria que ela viesse à consulta com ela daí a 6 meses e não queria que eu fosse. Como?!?!?!?!
- Ah e tal que isto e manha dela e é devido ao facto de você ser superprotector!
Como?!?!?!?!?!?
Bem, foi daquelas alturas em que me arrependi da boa educação que os meus pais me deram! Então aquele "sr. dr." tinha, no espaço de uma hora, dado duas "sentenças" diametralmente opostas: antes era falta de atenção por causa do irmão e depois já era sobreprotecção?!?!?!?!
Afinal em que ficamos? Pensava eu que ia a uma consulta de oftalmologia e sai-me um "psicólogo (des)encartado" a mandar bitaites.
Desconfio que devia estar a largar fumo... O que me valeu foi a minha esposa a dar-me apoio e a chamar-me à razão.
Quando abordei a questão com a educadora (até para lhe mostrar que levamos em consideração os alertas dela), ela só se riu do homem... e pediu-me por tudo para não lhe ligar nenhuma.
No fim de contas lá fomos comprar uns óculos. Surpreendentemente fácil, a compra. Quando entrámos na loja só lhe disse:
- Escolhes os que quiseres, uns que gostes.

- Cor de rosa!
- Ah, nem imaginava...
O vendedor ao ouvir isto disse logo que sabia que tipo ia trazer. Trouxe 4 diferentes, todos da Barbie. Ela viu, pegou num par e disse:
- São estes!
Oxalá fosse toda a gente tão simples!
Anda um tipo a esforçar-se, a esfarrapar-se todo para estar presente na vida dos filhos, para eles se sentirem acompanhados e depois sujeita-se a ouvir estas "sentenças"...