Ponto de Ordem
Só que acho que corro o risco de dar uma ideia errada da coisa.
E isso é algo que eu, de todo, quero evitar.
É evidente que ela sozinha enche uma casa.
Enche a casa, a paciência, a mona e sei lá que mais.
Já houve n vezes em que até encheu o prédio com a potência daquela voz.
Mas o processo educacional da cachopa é algo extraordinariamente difícil.
Por diversas razões, umas relacionadas com aquela feitiozinho dela e outras relacionadas connosco como sejam o facto de trabalharmos por turnos, ou por agora termos que nos preocupar também com o Pedro, ou por milhentas outras razões.
A pequena vive permanentemente a "cento e cem" e eu, muitas vezes, expludo e sou tremendamente injusto com ela.
Mas isso acontece precisamente porque me (nos) falta um pouquinho mais de espaço para respirar um pouco. Ela não nos permite muitos momentos para nós.
Ou serei eu que quero momentos demais? Se calhar tenho que rever aqui algumas coisas...
É uma das coisas pela qual gosto de ter o blog: permite-me parar para pensar um pouco enquanto escrevo.
Adiante....
Acontece é que depois deste gás todo, ela sai-se muitas vezes com uns carinhos que me deixam com um sentimento de culpa ainda maior...
Hoje fui a um dos meus dois treinos semanais de futebol. Levei-a até aos meus pais, coisa que ela adora.
No entanto quando cheguei ela estava chorosa, soluçante e a queixar-se do "beiuio" na janela.
É que ela agora anda permanentemente aterrorizada com barulhos que ouve, particularmente no quarto dela, na sua grande maioria provenientes do quarto dos vizinhos do lado.
Esta vida actual é engraçada: há semanas que ando a tentar cruzar-me com eles para lhes pedir que afastem um pouquinho a cama da parede mas, pura e simplesmente, não os vejo.
Dizia eu que ela estava chorosa, mas no meio dos soluços abraçou-se a mim e disse-me "Que(r)o ir ter com a mamã e com o Ped(r)o Nuno."
É por cenas destas que ela muitas vezes me emociona de uma maneira que só ela consegue e que eu dou por mim a pensar que tenho que me munir de muito mais paciência para com ela.
Só que... não é fácil. Mesmo nada fácil.
Olha filha... atura-me.
Eu amo-te muito!
PS: Ó Pedro vai-te preparando para este teu pai.