sexta-feira, setembro 29, 2006

Pérolas

Uma das taras da miúda é ver-nos tomar banho.
Pode não ser efectivamente ver-nos tomar banho, mas gosta sempre de se certificar que quando lho dizemos cumprimos.
Deve querer ter a certeza de que tem pais limpinhos, é o que é.
Ontem no final do meu banho lá irrompeu pelo wc dentro inquirindo:
- Já toma(s)te banhi(nho)?
- Já filha, já tomei banhinho.
Ora a vinda dela tinha sido acompanhada de um balão, que no meio da azáfama se lhe soltou das mãos.
Eu, no meio da secagem, lá tentei apanhá-lo com uma mão.
Foi um sucesso relativo uma vez que, se o balão foi apanhado, já a toalha caiu.
E ela dispara de pronto:
- Tens um "gabo" muito g(r)ande! A Miana tem um gabo pequeno.

Mas isto admite-se?
Até se admitia se ficasse só por aqui...
Não satisfeita vai pela casa fora, qual ardina a anunciar o último furo jornalístico, a dizer enquanto eleva os braços:
- Tens um "gabo" muito g(r)ande. Eno(r)me!

A sorte dela é que o período de dois anos de garantia atribuído a qualquer produto novo já expirou, porque senão.....
Diacho de lei de garantia!
(Mais pérolas)

quinta-feira, setembro 28, 2006

Dilema (2)

Como? Mas como posso explicar à jovem que ela não é descendente de nenhuma "mulher selvagem do Bornéu" e que, como tal, o uso de after-shave não deve fazer parte....hummm.....digamos, do top 100 de produtos cosméticos dela?
(Outro dilema)

Post Des...

Des... de desanimado.
Des... de desolado.
Des... de desiludido.
Des... de descontrolado.

É assim que me sinto.
O serão de ontem foi uma coisa surreal.
Mais uma vez com uma sessão de choro imparável, quase ininterrupto durante mais de duas horas...
Sou um tipo simples, de gostos simples.
Confesso dificuldades em entender certas coisas como pintura abstracta ou poesia rebuscada. Admito mesmo que há muitos filmes considerados geniais, dos quais não percebo patavina.
Gosto das coisas explicadinhas, de assuntos lógicos, com desenvolvimentos lógicos.
Coisas que não percebo de todo fazem-me espécie.
E estes choros vindos do espaço, então...
Pergunto-me inúmeras vezes: "Onde é que estamos a errar?"
Será demasiado mimo? Demasiadas prendas?
Sinceramente acho que não.
Nós tentamos dar-lhe as coisas com regra e fazê-la entender o porquê de lhe darmos algo.
E também não fazemos nenhum drama em lhe dizermos: " Não pode ser! É muito caro, não dá."

Não sei o que se passa.
Sei sim que, como é hábito, aguento até um certo ponto. Depois disso.... expludo!
E é por esses ataques de mau génio que depois fico assim.... triste, desanimado.
Porque apesar de tudo ela tem pouco mais de dois anos e preciso ter mais calma.
Enfim, sei que assim que ela vier ter comigo a rir e a fazer uma palhaçada o mundo ficará mais leve e o céu mais azul.
Habitualmente tento levar as coisas de forma leve e descontraída, mas assusta-me criar um ser mimado e pouco ponderado.
Eu sei que, muito honestamente, até nem parece ser o caso, mas só a simples hipótese disso acontecer me assusta.
E ela acaba de chegar aqui e abraçar-me.... tão bom!
Vou pintar a casa do Bob.
Pode ser que o colorido me anime.

terça-feira, setembro 26, 2006

Pssssst ! Olhe lá...

Porque é que em quase todos os parques de estacionamento há lugar reservado para grávidas e não há para quem tem crianças de colo?
Por acaso o facto de os piolhos terem decidido passar para este lado do útero implica ter que deixar de os carregar?

segunda-feira, setembro 25, 2006

Exemplo

De certeza que todos os pais imaginam diversas qualidades que gostavam que os filhos viessem a desenvolver.
Eu não fujo à regra.
Das coisas que mais gostava que os meus filhos fossem capazes de desenvolver eram o sentido de justiça e o uso de bom senso.
Parafraseando Baden Powell, fundador do Movimento Escutista, "O exemplo não é uma maneira de educar. É a maneira!"
Assim, é de toda a justiça e no pleno uso de carradas de bom senso, que me vejo compelido a urrar com todas as forças do meu ser:
"APRE, PEDRO! CADA DIA ESTÁS MAIS LINDO FILHO! CHIIIIIIÇA!"

Pronto. Já está.

domingo, setembro 24, 2006

Inversões

A vida de um ser humano faz-se de conquistas, de superação de dificuldades e do adquirir de novas competências de desempenho. Desta forma:
- Segura o balão assim com a mão!
- Assim?
- Isso mesmo! Muito bem! Consegui(s)te, papá!

Fiquei tão feliz....

Um peso

Já faz hoje oito dias.
Oito dias e este peso não me abandona.
Trabalho num serviço com uma senhora que me disse um dia: "Depois de nascerem os filhos o nosso coração nunca mais tem descanso. Nunca estamos bem. Se não é por isto, é por aquilo. Vai ver...... nunca mais vai conseguir ter o mesmo tipo de sossego".
Remoí aquilo uns tempos. Procurei não dar muita importância.... mas é uma verdade.
Especialmente a parte do "nunca estamos bem". É um facto.
No passado domingo chegámos a casa para jantar já tarde.
Assim que pôs o pé dentro da porta o pedido impôs-se: "Qué vê o Piquei!".
Ok, lá começou o dvd a rolar, enquanto fazíamos a janta.
Que para ela foram duas ou três colheradas e adeus, que o filme é bem mais interessante.
Nesse dia ficámos na cozinha a ver um programa que nos interessava aos dois.
Só que aquilo demorou mais que o esperado. Mas não me preocupei muito, porque pensei que a pequenita estava feliz a ver o seu filme favorito.
Entretanto ouvi a música final do "Piquei" e fiquei à espera do "ciclone" habitual de "O Piquei já acabou. Põe out(r)a vez!". Mas.......... nada! Silêncio.
Fui à sala e senti mesmo como se uma mão se apertasse em volta do meu coração.
A minha princesa tinha adormecido, na sua posição favorita, de barriga para baixo, em pleno sofá.
Não consegui evitar uma sensação de peso de consciência, de culpa, de tristeza por ela.
Por ter adormecido ali, sózinha, sem os carinhos, os beijinhos, as histórias habituais.
Até acho que sinto falta da berraria habitual, e que nesse dia não houve.
Mas é o facto de ter adormecido ali sózinha que me pesa.
E pesa, continua a pesar.... até hoje.
Não consigo deixar de sentir que nesse dia falhei.
Os momentos passados com eles assim pequeninos fogem tão depressa como um punhado de areia por entre os dedos, pelo que acho que não podemos dar ao luxo de os desperdiçar.
É que não voltam mais. Vejo isso quando o Pedro faz agora uma expressões e galreia e já não me consigo lembrar como era a Mariana a fazer isso.
Desculpa filha por te ter deixado sózinha naquele dia.
Vou tentar emendar.

sábado, setembro 23, 2006

E vantagens?

Já o afirmei aqui: sou filho único e gosto. Nada a fazer quanto a isso.
Só que nos últimos dias fui acometido de uma grande inquietação.
É que, apesar desta afirmação convicta, tenho dois filhos.
Daí que me imagino daqui a uns anos a dizer a um deles:
"Olha que x é melhor que y!"
E arrisco-me a levar como resposta:
"Ah e tal, também dizias isso de se ter só um filho e afinal encomendaste cá para casa mais uma peça. Como é que queres que me fie em ti?"
E se há coisa que eu quero nesta vida é que os meus filhos se fiem em mim. De verdade! Acredito que deve haver uma ou duas coisitas que lhes posso ensinar que dêem jeito no futuro.
Para não ser apanhado "em contramão na auto-estrada" lembrei-me de começar a coleccionar as vantagens que existem em ter mais que um filho.
E ontem tive oportunidade de recolher a primeira vantagem: ter mais que um filho protege-nos dos "impingidores de ofertas".
Eu explico: é comum nas entradas das grandes superfícies haver um pequenino balcão amovível onde nos tentam impingir cartões de crédito.
Os "impingidores" são fantásticos porque, apesar de dizermos "Não quero" 5 vezes nos primeiros 10 segundos de contacto eles não desistem.
Desconfio que eles devem ser programados com um chip que encripta o nosso "não" e o substitui pelo pronome pessoal "eu", de maneira que eles ouvem repetidamente "Eu quero".
Ontem quando entrava num desses espaços vi uma dessas personagens a espreitar-me por uma fresta do dito balcão e a já a salivar em antecipação.
Contudo, e quando eu já pensava "Estou desgraçado", eis que a predadora perde o interesse em mim e tenta manter o ar de quem não perde a pose.
E então tive uma epifania: foi quando viu a ninhada.
Acho que ela ainda duvidou quando me viu com um carrinho de bebé, mas ao surgir a imagem em todo o seu esplendor, após passar o balcão, viu que a menos de um metro de mim seguia mais um carrinho. Foi demais, desistiu.
Sou portanto forçado a ponderar várias hipóteses:
1- As crias criam em seu redor um campo de forças electro-magnéticas extremamente poderoso, que pode num ápice desferir um golpe extremamente doloroso nestas criaturas;
2- As fraldas exalam um cheiro tremendo. Cheiro a: choro, noites mal dormidas e....trabalho;
3- As caretas que eu aprendi a fazer com os meus piolhos, e que fingem um sofrimento atroz e ininterrupto são extrordinariamente bem feitas.
Há no entanto uma espécie de "impingidores" imunes a isto: os das casas de recuperação de ex-toxicodependentes.
Aqui há dias andava eu a passear com a pequena no triciclo mais o pequeno no marsupial e nem assim aquela ave rara se condoeu. Tive que inchar umas moedas.
Enfim, "não há almoços grátis"...

sexta-feira, setembro 22, 2006

Socorro

Manhã (muito) cedo, a pequena levanta-se e começa a sua romaria habitual em direcção ao nosso quarto.
Brincadeira daqui, cócega dacolá, diálogo que se estabelece:
- Tu tens uma boca grande!
- Não! Eu tenho uma boca "piquena".
- Tu tens uma boca grande!
- Nããããããããão! Eu tenho uma boca "piquena"!

Piquena? Mas que diabo, só me faltava esta.
Tenho uma filha que é uma "mini-tia"!
Ah, mas eu juro.... que um raio me trespasse se eu falhar...... juro mesmo: o primeiro dia que ela me chamar "pessidónio" leva uma tapona valente no rabiosque.
Ai leva, é certinho!

quinta-feira, setembro 21, 2006

Extra! Extra!

A ser verdade uns mails que recebi esta tarde as "Estórias de um Pai" serão cabeça de cartaz do próximo "O meu blog dava um programa de rádio".
É já este fds, na Rádio Comercial, no Sábado às 21h e repete Domingo às 23h.

No caso (mais uma vez, repito) de ser verdade tenho que agradecer:
a esta senhora a alegria que me dá diariamente em constituir família com ela e me ter dado dois rebentos maravilhosos ( Que de facto às vezes rebentam.... comigo). Vocês quatro são a alegria da minha vida!
a este senhor, que me lançou o desafio e me incentivou a avançar. Grato.

quarta-feira, setembro 20, 2006

Tributo

A História da Humanidade é feita de conquistas e avanços nos mais variados campos. Muitas dessas conquistas são feitas à custa de inventos que fizeram queimar muita pestana aos seus criadores. E a muitos deles não é sequer prestado o devido tributo pelo conforto e satisfação que as suas descobertas nos trazem. Dentro das maiores descobertas feitas pela humanidade não posso deixar de incluir as fraldas descartáveis, os toalhetes ou a máquina de café.
Fraldas descartáveis? Toalhetes?

Estarei doido?
Se há dois anos perguntasse a alguém por grandes descobertas e me respondessem isto, eu de certeza que a essa pessoa recomendava "sopas e descanso". Talvez até termas.
Agora basta imaginar-me a lavar fraldas de pano e a cantar "Água fria da Ribeira" para ficar definitivamente convencido.
Posto isto quero aqui reparar pelo menos uma dessas injustiças.
Assim presto a minha sincera homenagem ao(s) inventor(es) desta maravilha:
Sim o BebeGel.
E quem não concordar que isto é uma das maiores dádivas à Humanidade é porque nunca passou horas com um filho nos braços a espernear e a gritar sem parar.
A cara de felicidade do miúdo após ter aliviado o seu incómodo valeu bem a pena ter saído de casa direito a uma farmácia às 10 da noite. Bom...... se calhar o facto de ele depois ter dormido seguido até às 05h também ajudou a esta sensação de satisfação.
Viva o BebeGel!
Viva! Hip, Hip.... Hurra!

Estava em falta

Estava sim sr., meu filho, tens razão.
Vamos lá então recuperar dessa falha:
Pedro- Significa pedra e indica uma pessoa simples mas que procura a realização intelectual e espiritual. Ele destaca-se pela vida disciplinada e pela determinação com que luta pelos seus objectivos. Mas o seu idealismo está voltado para a humanidade como um todo no quotidiano. Tende a monopolizar as atenções e a não atribuir muita importância à fidelidade no amor e na amizade.

segunda-feira, setembro 18, 2006

Filmes da minha vida

Havia coisas que julgava que seriam regras que me esforçaria ao máximo por cumprir. As refeições serem feitas à mesa em conjunto era uma delas. Só que 9 em cada 10 vezes as refeições são um festival.
Então com a sopa, muitas vezes, parece uma sessão de tortura chinesa da mais retorcida.
Ultimamente graças a este filme as coisas têm sido muito mais calmas.
E honestamente, de vez em quando, sabe bem um prato cheio de sopa ser comido em 5 minutos sem qualquer tipo de reclamação.

É tipicamente uma daquelas situações em que "troco o mal que faz pelo bem que me sabe".

Wanted: Férias

Assumo claramente: ando cansado.
Depois de um Verão em que não gozei férias ( ai Outubro que nunca mais chegas), a coisa já pesa.
Custa ver um colega após outro partir de férias como um cara-pálida e depois vê-lo chegar qual índio Comanche. Um e outro e outro....
Depois e para deixar tudo em ponto de rebuçado a pequena anda numa fase de birras e choro que me deixa desesperado.
Já cansa vê-la iniciar aquele choro continuado sem se poder apontar uma razão concreta.
É que objectivamente ela só chora por duas razões: por tudo e por nada.
Só que acho que me sinto um frasco de nitroglicerina líquida no meio de uma rave- party.
E o DJ é a pequena...

quinta-feira, setembro 14, 2006

Devaneios infantis

- "Obigado".
- De nada.
- Foi um pazê, meu amô.

Bom, o que tem este diálogo de especial que mereça um post?
De facto não tem nada, a não ser que não foi um diálogo, mas um monólogo interpretado pela minha filha esta manhã.
Foi mais assim:
- "Obigado". De nada. Foi um pazê, meu amô.
É o que se chama fazer a festa, deitar os foguetes e ir apanhar as canas.

A última frase (Foi um prazer, meu amor) veio do espaço. É que não faço a mínima!

Então? Já está na altura, não?....

Confesso: andava enganado.
Enganadinho de todo!
Não sei porque carga d'água convenci-me que o facto de ser pai me iria conferir alguma credibilidade no mundo dos adultos. E mentalizei-me que o nascimento do segundo filho iria selar essa credibilidade de modo indelével. Só que.... alguma coisa me diz que ainda não atingi esse estatuto.
Eu explico: quando somos crianças é normal contarem-nos umas mentirinhas. Daquelas mentiras que não fazem mal a ninguém.
A mim, a determinada altura, quiseram-me convencer que o Pai Natal não existia e que eram os nossos pais, familiares e amigos que nos ofereciam os presentes.
Ou ainda contaram-me a fabulosa "estória" do homem ir à lua em naves espaciais, imaginem só.
Como eu digo, mentiras que não fazem mal a ninguém.
Só que depois dos filhos nasceram continuam com isto.
Ora recapitulemos: um dia em conversa com uns amigos dissemos que a Mariana no banho tinha feito xi-xi e que mudámos a água. A mãe de um desses amigos ficou chocada e disse que fizémos muito mal, porque dar banho na água do xi-xi só fazia bem à saúde.
Bem à saúde?????!!!!!!!! Mas que noções de higiéne é que me passaram ao lado? A que aulas é que eu faltei?
Outra: há uns dias o Pedro andava com a carita cheia de borbulhas. "É da crescença!", afirmavam doutas vozes.
Da crescença? Mas que raio é a crescença? Não é do calor, nem do contacto com as fibras da roupa, nem sei lá eu do quê. É da crescença.
Mais surreal ainda: antes do Pedro nascer alguém (conhecido) abeirou-se da minha mulher e pediu-lhe que quando o puto nascesse, nós arranjassemos uma fralda de pano com xi-xi dele (lá está outra vez o xi-xi), para essa pessoa curar o "pano" da cara.
O "pano" da cara???!!!! Nem quero saber.
E pronto é por estas e por outras que me parece que, apesar dos dois rebentos, ainda não consegui trilhar o meu caminho no meio adulto, porque me continuam a contar petas a torto e a direito. Ou não....
Mas se for o "ou não", eu juro que da próxima vez que me aperceber de uma destas vou observar bem se não aparece a imagem a preto e branco dum homenzinho a dizer: "You´re now entering another dimension... the Twilight Zone."

segunda-feira, setembro 11, 2006

Manual de instruções

Se há coisa que evolui depois de nos tornarmos pais é a perspicácia.
Sem dúvida nenhuma. E eu sou a prova provada disso mesmo.
Por exemplo hoje, tive a perspicácia suficiente para acabar com uma discussão com a minha filha.
Percebi que o momento indicado para a terminar foi aquele em que as minhas orelhas começaram a vibrar com as ondas de som saídas da boca dela.
Foi aí que percebi que ela estava coberta de razão e de facto aquilo era um "bugo" e não um cavalo.
Um cavalo, pfffffffff......... como é que eu posso ser tão distraído?! Imperdoável...
PS: Quem quiser perceber o que é um "bugo" pode ver aqui.

sábado, setembro 09, 2006

A minha Tv (que de minha tem pouco)

Diz-se que o mundo não pára.
Que nada permanece igual, que nada se perde e tudo se transforma.
Vem isto a propósito das transformações operadas nos últimos meses num objecto que habita parte da sala lá de casa: a TV.
Por definição um televisor é um electrodoméstico capaz de receber imagens em movimento e som emitidas por uma fonte à distância (Acho eu. Não sei se é, mas se for dou ideia que sei do que estou a falar).
Em teoria e num mundo perfeito, uma televisão seria um electrodoméstico partilhado por todos os elementos de um agregado familiar em alegre harmonia.
Pois, mas como todos nós sabemos..... a perfeição não mora neste "Planeta Azul"!
Há muuuuuuuuuuuuuuuuito (mas mesmo muito, tanto que já me custa lembrar) a tv servia para se verem séries, concursos, filmes em dvd, jogos de futebol (poucos, que cá não há SportTv), e outras coisas de grau de utilidade variável.
Actualmente serve para ver Piglet, Dumbo, As Pistas da Blue, o Bob, O Pequeno Ursinho, Angelina Bailarina, Fimbles.... ufff!
Posso não saber o que se passa no mundo hoje, mas se quiserem saber o que é que construiu o Bob ou ao que a Blue queria brincar apitem. Há mais de 90% de possibilidades de saber essa informação do que o estado económico do nosso país (epá, agora que penso nisto pode até nem ser assim tão mau).
Outra coisa porreira da minha tv hoje em dia é servir para fazer permanentes avaliações da minha condição oftálmica. De facto com a quantidade de impressões palmares (vulgo manápulas) com que o ecran se encontra cravejado, conseguir ver o que quer que seja naquele aparelho é garantia mais que suficiente da boa saúde dos meus olhos.

sexta-feira, setembro 08, 2006

Presunção e água benta....

Na sala de estar do pediatra (e voltando a este tema), uma desconhecida diz:
- Sem chupeta eras mais bonita. Tão feia de chupeta.
- Eu não sou feia! Eu sou muito simpática!

Toma lá que já almoçaste, penso eu, enquanto no meu interior me rio alarvemente.

Pérolas

Conversa, na brincadeira, entre avó e neta:
- Vou papar o teu pipi.
- Nãããããão!
- Vou, vou! Vou papar o teu pipi!
- Nããããão. Não papes o meu pipi que fica "tagado" (estragado)!

Só posso ficar feliz por um ser tão pequeno se solidarizar com os pais numa altura de crise económica como esta em que vivemos.
Desta forma permite-me riscar da lista de próximas compras as caçadeiras que vi em catálogos da net. Mas pelo sim pelo não vou guardar o link nos favoritos........ nunca se sabe e o seguro morreu de velho.
(Mais pérolas)

quarta-feira, setembro 06, 2006

Conversas de "pé de orelha"

Intervenientes: mãe e filha.
Material: 4 balões, 2 grandes e 2 em fase de "desenchimento".
- E(s)te balão azul é o papá. E(s)te la(r)anja é a mamã.
- E estes dois pequeninos são a Mariana e o Pedro?
- Nããããão mamã! São balões!
????!!!!!
Acho que se esta conversa acontecesse daqui a alguns anos acabaria com um inevitável "Daaaaaaah"

É oficial

Estou velho!
Mas mesmo, mesmo velho.

Então não é que a minha mãe, a minha mãe, me acusa de ser um pai galinha.
Pai galinha, eu?!

É a verdadeira derrocada da civilização ocidental. Depois disto é sempre a descer, não há hipóteses.
Só falta agora o complemento final: velho e.... acabado!
Vou-me informar acerca do necessário para meter os papéis para a reforma.

Porque um pai também precisa de mimos

Um filme fabuloso: Big Fish, de Tim Burton, com Ewan McGregor.
Um filme acerca do amor entre pai e filho, tantas vezes trilhado por caminhos tortuosos.
E para mais com esta banda sonora...

terça-feira, setembro 05, 2006

Dilema

Como? Mas como? Como explicar a uma criança de 2 anos que ela pode lamber um chupa com a forma do Noddy, e que por causa disso não é preciso sentir-se mal por ter assassinado à lambidela um dos seus heróis?

segunda-feira, setembro 04, 2006

As séries da minha vida

Qual Lost, qual Desperate Housewives, qual Friends....
A série que eu mais vejo actualmente (quando estou disponível, obviamente) é: As pistas da Blue.
Sou obrigado a confessar que da primeira vez que vi aquilo fiquei siderado.
Como é possível alguém (o apresentador) sujeitar-se a tamanha tortura?

Só que, com o passar dos dias a gente até se vai habituando à coisa e em menos de um ai damos por nós a cantar "Há que encontrar uma pegada, é a segunda pista...." Claro que para isto muito contribui a verdadeira adoração que a filha mais velha tem pela série. Canta as músicas, anda pela casa a gritar: "Uma pi(s)ta! Uma pi(s)ta!", ou decide fazer um desenho do Sr. Sal ou da Sra. Pimenta.
Porreiro é que as personagens são muito úteis para ajudar a comer a sopa, recorrendo ao velho truque "vai uma colher para o Duarte, agora para a Blue".
No fim deste post presto a minha homenagem ao apresentador (que não sei o nome). Não deve ser nada fácil fazer aquilo. Ps: Hoje descobri o site oficial da coisa aqui. Tem coisas giras para se fazer com os petizes. É verdade. Sou agora um fã da Blue.

domingo, setembro 03, 2006

É pátestar, ófaxavôre

Se há coisa necessária para o pequeno poder parar quieto é estar atestado de leitinho.
E eu acho que o depósito deve vir até à garganta.
Julgo que ele deve ter um sensor extraordinariamente sensível, porque se por acaso há saída de um flato, ou se o rapaz eructa... é certo e sabido que há choro.
Afinal foi um espacinho que se criou e o sensor deu o alerta.

Filmes da minha vida

- Pai, quéo vê o Piquei.
- Queres ver o quê?
- Quéo vê o Piquei.
- Queres ver o Piquei?
- Não é o Piquei, pai. É o Piquei.
- Ah, ok...

sábado, setembro 02, 2006

Refeições: o up(grade)

No passado Domingo a bisavó ficou a conhecer o 2ª bisneto.
E que feliz ela estava.
Como prenda deu algum dinheiro (muito até para a condição dela) para nós "comprarmos o que for preciso".
O pequeno recebeu um marsupial, utilíssimo para saídas onde só um dos pais está disponível.
A pequenita recebeu aquilo que eu denomino o "Ferrari das cadeiras de comer", mesmo não sendo (e ainda bem) vermelho.
Este fabuloso dispositivo está disponível aqui.
Destaco características como os apoios antideslizantes e adaptáveis mesmo a cadeiras de design mais moderno (ou tortas e desconfortáveis, para os mais leigos).
Porreiro mesmo foi ver a pequena sentada nela a comer (sim, porque isto de comer na cadeira alta de refeições já não é para ela).
Foi uma alegria enorme vê-la à mesa a uma altura normal, a poder chegar bem ao prato e deixar para trás aquela imagem de um braço a segurar um garfo numa pose ameaçadora a tentar picar o que quer que fosse.
Foi mesmo um up...grade, no verdadeiro sentido do termo.

1 mês

Parabéns Pedro.

( Para ti e para a tua mãe, que adora esta música)
Faz hoje um mês desde que decidiste espreitar a vida deste lado do útero.
E neste mês já se passou tanta coisa: desde o stress das viagens à maternidade, ao acolhimento da tua chegada a casa, passando pelo carinho da tua irmã, à loucura das saídas de casa a 4, ao malabarismo de preparar malas e malinhas, fraldas e fraldinhas, carros de passeio e carrinhos, ...
Passando pela inevitável tortura da clássica avaliação: "É parecido com quem?"
E posso-te dizer que há de tudo. Desde quem afirme que és a minha cara chapada aos que dizem que não tem nada a ver e que és parecido com a mãe. Mas isso nem interessa nada.
Tem valido a pena!
Confesso que me tenho sentido mais à vontade contigo agora.
Nos primeiros dias não pude fazer muito. Só dormias e mamavas pelo que era a mamã que se ocupava muito de ti.
Agora, a pouco e pouco, já vais passando mais tempo acordado.
E gosto de, quando te tenho ao colo, olhar para a côr dos teus olhos, ainda de um cinzento indefinido mas, parece-me, mais claros do que os da tua irmã.
Parabéns filhote.
Ps: nas suas deambulações astrológicas a tua mãe descobriu que és de signo Leão, com ascendente Peixes ( o que quer que sito signifique). Com Leão, Carneiro (mãe) e Sagitário (pai) diz ela que será o Caranguejo (Mariana) a pôr água na fervura cá em casa. A Mariana? Só se a nossa casa for algo do género de um silo de mísseis no futuro. De outra maneira não a vejo a pôr calma no que quer que seja.

Dicção

Temos no material da pequena algumas coisas da temática das princesas: um jogo de cama, um copo para água e até um pequeno castelo, prenda do último Natal.
Aqui há dias a mamã disse à pequena que ela era uma princesa e que o mano era o príncipe.
Ordem natural das coisas a mãe era a rainha e o pai o rei.
A pequena achou graça à coisa e começou a repetir: " Sou uma picesa. O Pedo Nuno é um pícipe"
Até aqui.... tudo bem!
Depois é que veio o pior. Ela tem alguma dificuldade com os "égues".
Vai daí a mãe passou a ser a "Gaínha". Ok menos mal.
Mau, mau mesmo é que com esta história já se vê como ficou o pai......
O que, convenhamos, não é coisa muito agradável.
Sobretudo atendendo ao fantástico timing com que a pequena se costuma soltar com estas pérolas, coisa boa não há-de vir por aí. E já me estou mesmo a ver em plena rua a explicar a algum desconhecido que ela troca os "érres" pelos "guês".
Por outro lado dou-me por contente por vivermos em plena era democrática, pois desconfio que se estivessemos em monarquia estes lapsos de dicção seriam resolvidos com recurso à guilhotina...